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Porque seguir para Machu Picchu no mesmo dia do Vale Sagrado dos Incas

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Antes de argumentar, já adianto que não segui essa recomendação e me arrependo amargamente. Explico:

O Vale Sagrado é vendido pelas agências como um passeio de um dia. A van passa pelas ruínas de Pukapukara (que você conhecerá quando fizer o city tour nos arredores de Cusco) e faz uma parada de uns 10 minutos em Corao (basicamente para você comprar lembrancinhas caríssimas e ser extorquido pelas cholas com suas lhamas. O tour do Vale Sagrado dos Incas começa mesmo em Pisac.


A pequena cidade fica a 30km de Cusco. Na primeira etapa, você conhecerá uma fábrica de jóias de prata (e será gentilmente convidado a comprar peças por preços altíssimos. Pode recusar, não vão te torturar). Apesar de todos elogiarem o tal mercado dominical de artesanato de Pisac, a feirinha fica montada todos os dias da semana (mas não com toda a variedade do domingo, claro). Bom lugar para negociar souvenir, pechinchar e comprar chaveiros, lhaminhas e toucas para toda a família. Em seguida, a van leva o grupo para o que realmente interessa: as ruínas. Construções pré-incas e incas a 3.400m de altitude (haja fôlego para subir na cidade), terraços agrícolas por toda a montanha e um cemitério (na verdade restam apenas os buracos no paredão da montanha onde um dia estiveram os corpos com suas oferendas saqueadas por espanhóis e republicanos).

O tour acompanha o rio Urubamba até a cidade de mesmo nome, onde você é gentilmente convidado a almoçar num restaurante buffet sem a opção de escolher outro lugar (coma, a refeição é honesta, apesar de cara).

A próxima parada é em Ollantaytambo, a 97km de Cusco. A cidade de onde parte o trem para Aguas Calientes guarda um dos trechos mais incríveis dos sítios arqueológicos. Terraças agrícolas, estruturas de templos, uma “geladeira inca” para preservar os grãos e até rostos supostamente esculpidos na montanha. A vista do alto das ruínas é sensacional: o vale do Urubamba, as plantações, as pequenas casas.

O que você deve fazer: pegue suas coisas e embarque no trem para Aguas Calientes. O trem que sai por volta das 16h é ideal, pois garante a vista incrível do caminho até a cidadezinha. Para quem teve infância, é um clima meio “Em Busca do Vale Encantado“, com montanhas gigantescas e picos nevados, sempre beirando o rio. Mas saem trens às 19h e às 21h.

A última parada do tour é em Chinchero, a 3760m de altitude (é o ponto mais alto por onde você vai passar na região SE não fizer a trilha inca). Como cheguei na cidade de noite, perdi a chance de ver as ruínas. Conhecemos uma fábrica de tecidos, onde somos gentilmente convidados a comprar mais peças caras. Quem fez o tour no domingo ainda teve a chance de conhecer o mercado montado na cidade. O que achei mais bacana na cidade é o céu. Não me lembro de ter visto noite tão estrelada como a dos Andes.

Porque abandonar o tour

Não é que Chinchero não seja bacana. Mas dependendo da época do ano em que você visita a região, o sol se põe muito cedo e a tarde não rende. Embarcar em Ollantaytambo durante o tour economiza um dia de passeio (já que você precisará seguir até a cidade para pegar o trem de qualquer forma).

As agências sempre sugerem que você vá até Ollantaytambo (2h de viagem de carro), pegue o trem durante a tarde e passe o resto do dia em Aguas Calientes (que tem, sei lá, uns 5 quarteirões). NÃO FAÇA ISSO. Mentalize que “quanto menos tempo você passar em Aguas Calientes, melhor”

Vale lembrar que você precisa de um boleto turístico para entrar em todas as ruínas. Você compra na primeira que visitar, seja em Pisac ou no city tour. Ele custa caro (130 soles), e garante a entrada em 16 lugares em Cusco e no Vale Sagrado. Para quem tem bastante tempo na cidade, vale uma busca pelos 16 furinhos no cartão para provar as visitas (inclui museus, shows de dança etc).

As agências tiraram Moray do tour do Vale Sagrado, e vendem um passeio separado que inclui a passagem pelas salinas de Maras. Moray faz parte do boleto, Maras não (mas a entrada é baratinha, menos de 10 soles).

Não recomendo contratar um táxi ou carro particular para conhecer o Vale Sagrado. Apesar da comodidade de não ter alguém te apressando para tirar as fotos, acho que foi muito importante contar com um guia para explicar o porque cada lugar era tão especial.

Quer mais dicas para planejar sua viagem? Os blogs colegas Four Trip e Pequeno Grande Mundo podem te ajudar!