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Museu do Ipiranga: conheça a história do Edifício-Monumento

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O Museu do Ipiranga é o mais antigo da cidade de São Paulo. Seu nome oficial é “Museu Paulista da USP“, já que ele faz parte do grupo de museus administrados pela Universidade de São Paulo. O Edifício-Monumento é parte do Parque da Independência. E diferentemente do que muita gente pode acreditar, Dom Pedro I nunca morou no local.

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No entanto, é importante ressaltar que os restos mortais do primeiro imperador do Brasil, assim como os de suas esposas, as imperatrizes Leopoldina da Áustria e Amélia de Leuchtenberg, estão sepultados na Cripta Imperial do Parque da Independência, localizada em frente ao Museu do Ipiranga, lá embaixo no parque. A cripta está fechada para visitação atualmente.

O Museu do Ipiranga foi concebido originalmente como um monumento em celebração à Proclamação da Independência de 1822. Sua construção ocorreu entre os anos de 1885 e 1890. Em 1894, o recém-fundado Museu do Estado, também conhecido como Museu Paulista, foi transferido para esse monumento.

Inicialmente, o projeto original da construção do Museu do Ipiranga contemplava a construção de um Edifício-Monumento retangular alongado com duas alas laterais a partir da fachada central. No entanto, o prolongamento do prédio para as laterais foi descartado, resultando apenas no retângulo pontuado por três torres salientes. A porção central do edifício foi destinada a uma imponente escadaria e apresenta rampas laterais, enquanto as extremidades abrigam torres de menor altura em comparação à torre central.


Inicialmente, o museu abrigou uma coleção de História Natural. No entanto, a partir de 1922, desde o centenário da Independência do Brasil, ele passou por uma reforma significativa e redirecionou seu foco para destacar coleções relacionadas à História do Brasil e à história do estado de São Paulo.

Até aproximadamente a metade da década de 1920, o Museu era predominantemente considerado uma instituição com um foco em coleções zoológicas e botânicas, desempenhando principalmente funções de caráter pedagógico.

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Os jardins que hoje formam o Parque da Independência foram inaugurados quase 15 anos depois do Museu do Ipiranga, em 1909. Embora simples em sua concepção, o projeto buscava inspiração nas paisagens dos jardins franceses, semelhantes aos encontrados no Palácio de Versalhes, caracterizados por seus caminhos e jardins lineares.

A “parte de baixo” dos jardins do Parque da Independência foi inaugurada só em 1923. O terreno da colina foi rebaixado para que o Museu do Ipiranga fosse visto a partir do rio e da avenida D. Pedro I, que já existia na época. As fontes que adornam os arredores do Edifício-Monumento também foram inauguradas no mesmo ano.

O monumento que fica no fim do Parque da Independência foi inaugurado ainda incompleto em 1922, mas só foi terminado em 1926. Já a Cripta Imperial só foi construída em 1952.

Independência ou Morte

A icônica pintura histórica “Independência ou morte” foi encomendada pelo Governo Imperial e criada pelo renomado artista Pedro Américo. A obra foi produzida na cidade de Florença, na Itália, em 1888, com o propósito de ser exposta no Salão Nobre do Museu do Ipiranga, onde permanece em exibição até os dias de hoje.


A Casa do Grito, que aparece na pintura, não existia em 1822. Aliás, ela só tem esse nome por causa do quadro. O registro mais antigo relacionado à Casa do Grito data de 1844.

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Ao longo do tempo, teve diversos donos e, em 1911, foi adquirida pela família Tavares de Oliveira, que residiu na casa até a prefeitura expropriá-la em 1936. Ficou abandonada até 1955, quando passou pelo primeiro restauro. Hoje ela está aberta ao público, e é parte de 13 edificações espalhadas pela capital paulista que constituem o “Museu da Cidade de São Paulo”.

Fechamento do Museu do Ipiranga

Em 2013, o Edifício-Monumento foi fechado por conta dos danos que ameaçavam a integridade física do prédio.

Depois do encerramento, o vasto acervo do Museu, composto por aproximadamente 450 mil itens, abrangendo mobiliário, vestuário, pinturas, objetos iconográficos, fotografias e documentos textuais, foi distribuído em diversos locais na área do bairro do Ipiranga.

Do conjunto completo de itens do acervo, somente 36 obras foram mantidas no edifício durante o período da reforma, devidamente protegidas. Entre elas, destaca-se a obra “Independência ou morte” de Pedro Américo, bem como as estátuas dos bandeirantes no saguão central.

Após 9 anos de obras, ele foi reaberto para o bicentenário da Independência, em 2022. Para visitar o Museu do Ipiranga, agora é preciso comprar ingresso (custa R$ 30, mas veja as regras de meia entrada e gratuidade abaixo; preço de outubro de 2023). Entretanto, ainda existem alguns dias em que a entrada é gratuita. Recomendo chegar cedo: as filas são gigantescas em dias de gratuidade.