Medellín, a segunda maior cidade da Colômbia, luta para livrar-se do passado de Pablo Escobar. Enquanto os mais idosos fazem o sinal da cruz quando são perguntados sobre os tempos do megatraficante, alguns lamentam a falta do auxílio dado pelo líder do cartel morto em 1993. Três mil pessoas moram no bairro construído por ele em 1984. Neste mês, seu túmulo foi restaurado, e sempre há velas acesas e flores depositadas no local.
“Muitos recebiam uma espécie de mesada de Escobar, e acabaram desamparados”, lembra o taxista Alberto, cujo amigo foi morto em uma emboscada do cartel na explosão de uma bomba na rodovia. “Somente os turistas têm interesse na história de Pablo Escobar, nós preferimos esquecer o tempo em que saíamos de casa sem saber se voltaríamos”, conta.
2011 foi o primeiro ano desde 2007 em que as taxas de homicídio de Medellín apresentarão redução – mínima, de 1.937 frente aos 2.053 de 2009. A disputa por mercados do tráfico ainda torna Medellín uma das cidades mais violentas da Colômbia.
Os teleféricos, parte do transporte publico, são as bases do projeto inaugurado nesta semana no Complexo do Alemão, no Rio, e ligam as populações mais carentes aos centros urbanos. Ao lado de uma das estações de cada linha, são construídas bibliotecas que integram a comunidade com a cultura. Depois da aula, é comum que as crianças passem a tarde brincando em jogos virtuais nos computadores das instituições, em vez de serem aliciadas pelo tráfico. Na comuna 1, a estação de Santo Domingo e a biblioteca Espanha foram construídas no alto do morro, onde os chefões do narcotráfico se reuniam, e o lugar se transformou em ponto turístico.