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Tudo o que você precisa saber para viajar para Cuba

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Vamos ao básico para quem planeja viajar para Cuba sem um pacote de viagem (e ao que se aprende apenas depois de viajar pela ilha comunista). Encontre as dicas de moedas, uso de internet, voos, transporte interno e até de água potável:

Voos até a ilha 

Hoje três empresas fazem a viagem até Havana, todas com escala. Taca (via Peru/Lima), Avianca (via Colômbia/Bogotá) e Copa Airlines (via Panamá/Cidade do Panamá). A Copa costuma ter mais voos, e chega em horários melhores. Mas nem sempre tem os melhores preços. A Gol prometeu começar a voar direto para Havana, mas até agora ficou apenas na promessa. Para viajar para Cuba, dá para ir também Aeromexico também (escala na Cidade do México), mas é um voo de quase 18 horas e bem caro. Vale a pena se você for passar pelo México e visitar por uns dias, e não para ir direto para Havana.

A famosa Praça da Revolução, com Che Guevara e Camilo Cienfuegos estampados nos ministérios. Foto: Talita Marchao

Precisa de visto?

Sim! Para viajar para Cuba, o visto pode ser emitido no consulado de São Paulo sem burocracia, mas com uma papelada impressa ou direto com a companhia aérea, sem frescura. Na opção oficial, você leva a cópia da passagem aérea, da reserva do hotel ou uma carta da casa em que você irá ficar e um formulário preenchido. Paga a taxa (que é mais barata que a cobrada pela cia aérea) e sai de lá com o visto na hora (que nada mais é do que um pequeno papel que você não pode perder). A cia aérea vende exatamente este papel.

No aeroporto você o preenche na hora, com caneta, sem formulário ou carta de onde irá ficar. Costuma custar US$ 20. Esta é a famosa “tarjeta de turista”, e é vendida no check in da Copa Airlines em Guarulhos (para quem embarca com eles, claro) e em Bogotá na hora de embarcar para o segundo voo (Bogotá-Havana). Imagino que em Lima também seja vendido antes do embarque no segundo voo (ninguém entra no avião sem a tarjeta).

E no desembarque? Como chegar até a cidade?

No aeroporto internacional José Martí, você dará de cara com um ponto de informações assim que desembarcar. Normalmente a casa em que você ficará hospedado irá te buscar naquele esquema da placa na mão (não querem perder o hóspede na corrida de táxi pra outra casa). Mas neste ponto de informações a pessoa (que foi mega legal comigo) vai te orientar e até te ajudar a fazer algum telefonema que você precisar.

A vista do alto da torre da catedral. Foto: Talita Marchao

Que moeda levar? E o que mudou no peso cubano?

A partir do dia 1º de janeiro de 2021, turistas e cubanos usam a mesma moeda: o peso cubano (CUP, ou a famosa moneda nacional, como chamam por lá). Cuba acabou com o peso conversível (CUC), que era trocado pelos turistas nas Cadecas (casas de câmbio estatais, guarde este nome).

Para explicar o que mudou: o CUC era equivalente ao dólar (1 CUC = US$ 1), e 1 CUC valia 25 CUP. A partir de agora, 25 CUP equivalem a US$ 1. O que deixa de existir é o CUC (que poderá ser trocado para ser retirado de circulação pelos próximos meses).

Você troca dólar, euro, libra e dólar canadense lá nas Cadecas. São casas de câmbio estatais, então tanto faz trocar em Havana Velha, Centro, Vedado ou no interior. E como você acha uma Cadeca? Pela fila, acredite. Cubano adora uma fila.

O preço sempre será o definido pelo governo. Você checa quanto o CUP está valendo no site do Banco Central cubano (quando ele estiver funcionando).

Desde o meio de 2020, Cuba deixou de cobrar a taxa de 10% sobre a conversão do  dólar dos EUA (o valor era descontado por causa do embargo econômico, que segue vigente).

Para viajar para Cuba, vale a pena levar euro ou dólar? Depende do preço que você pagar pela moeda no Brasil. Faça as contas. Se o euro for muito mais caro que o dólar, você pode sair na vantagem no câmbio.

O farol de Havana visto do Malecón. Foto: Talita Marchao

Como funciona a internet em Cuba?

A internet em Cuba é paga e bem cara. Você precisará comprar um cartão com usuário e senha nas lojas oficiais da ETECSA (a estatal de comunicação cubana), nos hotéis (com um preço bem maior) ou dos próprios cubanos nas ruas (que compram na ETECSA e revendem com um pequeno lucro).

Oficialmente, o cartão de 30 minutos custa 12.50 CUP; o de 1 hora, 25 CUP; e o de 5 horas, 125 CUP (lembre-se de que agora os turistas não usam mais o CUC, a moeda conversível). A conexão é feita nos pontos públicos de acesso, como algumas praças, calçadões e esquinas movimentadas, e nos hotéis, que não gostam que turistas que não estão hospedados usem o sinal dentro das instalações (use do lado de fora e está tudo certo).

Veja também: Como é ficar hospedado em uma casa particular cubana?

É possível “racionar” internet para usar nos outros dias da viagem, desde que você faça o log-out quando terminar o uso. Assim, vai guardando saldo de minutos para o próximo uso.

E onde você se conectará? Fácil: repare onde as pessoas estão todas usando celular, notebook, falando em vídeo felizes. Ali é certamente um ponto público de wi-fi. Você pode consultar os locais no site oficial (mas acredite, é mais fácil achar as praças cheias de gente com o celular na mão).

Se reparar, vai perceber que muita gente ali está falando com parentes que vivem fora da ilha (e é a única forma que estas pessoas conseguem manter o contato, provavelmente não se veem há anos, décadas).

Não beba a água da torneira!

A água da torneira não é potável. Na casa em que fiquei em Havana, eles ferviam, tratavam e ofereciam aos turistas hospedados. Diziam que era a única água segura fora a comprada (e a água de garrafa é cara). Não passei mal nenhum dia em que bebi a água tratada da casa.

E não falta papel higiênico ou sabonete na ilha. Quando viajar para Cuba, você pode levar produtos de higiene para uso pessoal e uma pequena sobra para dar lá, mas não é necessidade urgente. Se você quer levar coisas para ajudar, leve protetor solar (isso é bem caro por lá). Em Trinidad, chegaram a me propor de trocar as minhas roupas por peças cubanas (a moça queria vender).

Era aqui que eu tomava o meu café da manhã e papeava durante a noite em Havana. Foto: Talita Marchao

Como encontro uma casa particular para me hospedar?

E como você acha uma casa particular para se hospedar quando viajar para Cuba? Você pode reservar no Booking (como a gente faz com qualquer viagem), no AirBnb, no site My Casa Particular ou Trip Advisor. Você vê fotos da casa, relatos. E aí é lição Google: busque a casa e tente achar o e-mail dos proprietários (se quiser fazer a reserva diretamente com a casa).  O lance é que como não internet fácil em Havana, você manda o e-mail e espera uns dias pela resposta.

O café da manhã raramente está incluído, mas pague separado (vale muito a pena e é uma forma de você ajudar as pessoas da casa, já que eles conseguem lucrar algo comprando os alimentos em cup e te vendendo por –geralmente– 5 cup.

Para pesquisar no Booking, clique aqui e a busca já manda para as principais opções de Havana (e assim você já fica com o comprovante da reserva, sem uma longa troca de e-mails).

Como viajar dentro da ilha?

Você viaja dentro do país de avião (com aeronaves da Cubana –que são da época soviética), de ônibus (da Viazul, com ar condicionado) ou de táxi (que é mais rápido do que o ônibus e sai quase o mesmo preço). O grande lance é que se você optar pelo ônibus, compre as passagens antes e chegue mais de meia hora antes do horário marcado para a partida (sério, eu não fiz isso e fiquei presa em uma cidade com a rodoviária fechada e com taxistas com desejo de tirar todo o seu dinheiro).



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