Alguns dizem que Buenos Aires, na Argentina, já virou uma espécie de “sucursal” brasileira (e isso não é no sentido pejorativo, é por causa da quantidade de brasileiros que visitam a cidade). É impossível caminhar pelas ruas da capital portenha e não ouvir alguém falando português e arriscando um portunhol. E acredite, se você não fala espanhol, vai se virar super bem por lá: as pessoas acabam se entendendo de um jeito ou de outro, e muitos argentinos acabam arranhando um português (principalmente nos restaurantes, lojas e pontos turísticos).
Mas vamos lá. Está planejando ir para Buenos Aires?
- Existem dois aeroportos: Ezeiza e Aeroparque, ambos com vantagens e desvantagens. Ezeiza seria como Guarulhos ou o Galeão (só que mais longe da cidade), e Aeroparque como Congonhas ou o Santos Dumont.
Ezeiza é um aeroporto maior, logo tem uma estrutura mais confortável. Como recebe os principais voos do país, pode ter uma fila maior na imigração, mas tem um duty free muito bom. O transporte até lá é feito por táxis e ônibus –a prefeitura tem um esquema circular que leva passageiros para o centro da cidade e faz a ponte entre os dois aeroportos. Você paga o trajeto com um cartão de recarga (o mesmo que você usará no metrô e nos ônibus comuns da cidade. Outra vantagem é que se o seu voo sair de lá e você quiser antecipar a partida, tem grandes chances de conseguir. Companhias como a Gol fazem este tipo de remarcação. A desvantagem de Ezeiza é realmente a distância.
O Aeroparque tem como maior vantagem a chegada dentro de Buenos Aires. Você pode tomar ali mesmo um ônibus de linha comum ou um táxi (nunca os da rua, sempre os fechados dentro do aeroporto). A corrida de lá também sairá muito mais em conta do que saindo de Ezeiza. Mas o Aeroparque é pequeno, muito pequeno. Quando passei por lá, tinha somente uma casa de câmbio com fila imensa. Além disso, a chance de você remarcar seu voo e embarcar antes é inexistente –cias como a Gol, que eu usei na minha última viagem, partem de lá com pouquíssimos voos, alguns deles diários. Achei o Aeroparque um tanto desconfortável. Mas admito que foi ótimo chegar em Palermo e já ficar por lá.
- Com qual empresa voar? Se você quer desembarcar no Aeroparque, Gol, Latam, Azul e Aerolíneas Argentinas. Agora, se você prefere Ezeiza, ainda pode escolher além das quatro anteriores a Turkish Airlines e a Qatar Airways –duas empresas gringas de primeira linha. Elas costumam ter passagens mais em conta se você puder planejar a viagem com tempo de sobra, já que São Paulo (no caso) é somente a escala dos voos vindos lá do outro lado do mundo. Por exemplo, o voo sai de Istambul e seu destino final é Buenos Aires, com uma parada em São Paulo. O mesmo ocorre com a Qatar. Como quase o avião todo desembarca em SP, sobram lugares para BsAs.
- Levo real ou dólar? Real. A não ser que você já tenha dólares comprados na mão. Muitos lugares aceitam o real como forma de pagamento, principalmente no centro de Buenos Aires. O câmbio vale mais a pena trocando o dólar, claro, mas comprar você pode sair no prejuízo com tantas trocas de moeda (real-dólar-peso). Você pode trocar o peso no aeroporto, no guichê do Banco de La Nación –a cotação não vai ser muito diferente do centro. Quando estive lá em junho de 2016, na verdade o banco no aeroporto pagava uma cotação melhor do que as casas de câmbio do centro. Ah, e todos os cartões de crédito internacionais funcionam por lá (basta avisar o seu banco sobre a viagem, assim você não corre o risco de ter a compra bloqueada).
- Não tome qualquer táxi na rua. Peça no app ou use um “Radiotaxi”. Eu usei o app do Easytaxi lá e funcionou direitinho. Outros apps de transporte como Uber e Cabify funcionam (mas você pode ser cobrado pelo IOF, já que é uma compra fora do país, lembra?). Sempre tire uma foto do “comprovante” do taxista que fica pendurado na parte traseira do banco do motorista, assim você tem alguma prova do registro de quem te transportou em caso de problemas (e os taxistas em Buenos Aires são famosos por tretas, viu? Golpes com notas falsas principalmente).
Mas o transporte público em Buenos Aires é bem intuitivo e fácil de usar. Você precisará de uma “tarjeta Sube”. Não dá para pagar ônibus municipal em dinheiro, somente a recarga do cartão. Você compra este cartão em qualquer “quiosco”, aquelas lojinhas de conveniência, e faz a recarga ali mesmo. O legal é baixar um app chamado “BA Como Llego“, que vai te ajudar a estudar os trajetos entre um ponto e outro da cidade com o transporte público a partir da sua posição. E como você vai usar um app se não tiver plano de dados internacional? As estações de metrô, praças e grandes avenidas têm sinal de wi-fi –existe também um app chamado “BA Wifi”.
Existe ainda um esquema de bikes gratuitas. Demanda um cadastro prévio (que eu não consegui fazer quando fui, estava indisponível). Mas a cidade é repleta de ciclovias. Se você conseguir uma bike, dá para se aventurar pela cidade facilmente.
- Mapas grátis? Sim! Mapas e ajuda para qualquer dúvida você encontra nos pontos de atendimento ao turista. Existem postos na Calle Florida, em Puerto Madero, em La Boca e na Recoleta. Ali você também se informa sobre os passeios guiados gratuitos realizados pela prefeitura de Buenos Aires, com saídas diárias.
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