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Passeio em Inhotim — e a aventura de chegar até lá pela Fernão Dias

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Eu já tinha ensaiado a viagem para conhecer Inhotim algumas vezes, mas sempre algo dava errado: era plantão, gripe, preguiça. Até que um amigo, de uma hora para outra, decretou: “vamos para Belo Horizonte no feriado depois de amanhã! Botamos gasolina no carro e dividimos o volante!” Não pensei duas vezes, e partimos para Minas Gerais.

Mas o que é Inhotim? Para os entendidos, é um grande centro de arte contemporânea nos arredores de BH. Para os leigos, um parque enorme cheio de obra de arte e bem bonito. O lugar não é público, é uma coleção privada de um cara chamado Bernardo Paz, empresário do ramo de siderurgia com muito dinheiro para gastar (há boatos de que tudo ali saiu por mais de R$ 500 milhões).

Inhotim é um lugar bacana para passear em grupo com amigos, com casal, com família e com crianças. Como o espaço é bem grande, vale comprar a entrada com direito ao uso do carrinho (são três rotas) pelo parque — e enfrente as filas, não tem jeito. Aliás, fila é um problema recorrente de Inhotim: tem na lanchonete, no restaurante rico, no restaurante “pobre” (leia-se menos caro, e não “bem barato”), na barraca de sorvete, no hot dog, no banheiro e nas próprias atrações.

Mas vá com dinheiro, cartões e tudo mais: a entrada é cara, o carrinho é caro, a comida lá dentro é cara E existe uma proibição velada de não entrar alimentos (mas vi muita gente com comida lá e me arrependi de não ter levado uma frutinha, já que passei muita fome enquanto esperava o pior hot dog da minha vida).

Vale fazer uma pesquisa prévia sobre quais obras você deseja visitar. Com essa listinha (acredite, vale anotar), marque no mapa, trace seu roteiro e seja feliz. Existem duas opções de ingresso: para um e dois dias. Muita gente diz que é preciso circular 2 dias pelo parque para ver e interagir com tudo. Eu fiz em um dia, chegando bem cedo e saindo praticamente expulsa no fechamento do parque, e acho que consegui ver o que precisava — mas, durante a minha visita, boa parque do fundo do parque estava fechada para uma obra hídrica do governo de MG — lá falta tanta água quanto em SP ou no Rio.

Você não sabe quais obras visitar? Faça a lição de casa e descobrirá que já viu por esse mundão muitas fotos de lá e que você nem sabia de onde eram. E faça as fotos nos clichês de Inhotim, como o fusca colorido. Se estiver animado(a), leve roupa de banho e se arrisque na piscina de uma das obras (eu nem cheguei a pensar nisso). Mas reze para o cloro não destruir seu cabelo. Aliás, o parque tem aquelas visitas monitoradas clássicas (e curtas). Começa às 11h na entrada do parque.

DICA IMPORTANTE: O MAPA NÃO ESTÁ EM ESCALA. Não ache que você vai andar pouco só porque as obras estão próximas no mapa. VOCÊ VAI ANDAR MUITO. MAS MUITO MESMO.

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Mas onde você ficou hospedada? Humm, então. Fiquei em BH. Eu quis ficar em BH porque queria aproveitar a cidade, visitar a Lagoa da Pampulha, comer no mercado central, bater perna pela tal da famosa Savassi (onde estão os bares, a Vila Madalena deles). Como estava 1- em cima da hora para fechar hotel 2- sem dinheiro para pagar hotel que ainda tivesse vaga, fechamos em um Airbnb e: recomendo! Valeu a pena pela grana, pela orientação do dono do apê (ele deu umas dicas de onde comer, beber, passear).

Mas para quem optar por visitar o parque em 2 dias ou só quiser passar um tempo comendo, bebendo e dormindo, vale ficar na cidade de Brumadinho. Lá tem pousadas para todos os gostos, preços e luxos. Só passei de carro pela cidade e confesso que não vi atrações para bater perna (achei a cidade meio caída e peço desculpas. Mas é que eu gosto de andar quando viajo, e ali não me pareceu ter muitas atrações).

Mas você foi de carro! E o avião? E o ônibus. Achei que o avião financeiramente não valeria a pena. A passagem em cima da hora é caríssima e, mesmo comprando antecipada e pagando uma pechincha, ainda precisaria do táxi até o aeroporto em SP, do aluguel do carro para ir até Inhotim e para circular em BH. Sim, existe ônibus que vai e volta de Inhotim a partir de BH. Mas ele não chega cedo, assim que o parque abre, e sempre tenho medo de perder a saída e ficar para trás.

A rodovia Fernão Dias só é assustadora no trecho de SP. Ela é totalmente duplicada até BH e, tirando algumas serrinhas bem tranquilas, é uma grande reta. A parte mais lotada de carros é a chegada a Betim (a Guarulhos deles). Sim, tem caminhões por todo o caminho. Mas é só dirigir com prudência. E nem pense em pisar e esticar o carro: tem radar por todo o percurso. Vá de boa e seja feliz. Além disso, ela tem pedágios baratos (e você deve pagar os mais de R$ 20 para ir até Santos, lembre-se disso).

Regras: O parque abre às 9h30 e fecha às 16h30 (ele só estica até 17h30 em finais de semana e feriados. O ônibus sai de BH às 8h15, lá da rodoviária. Ida e volta saem por R$ 50, mas vale checar os valores (tempos de crise, lembre-se disso). A entrada de semana sai por R$ 20, mas nos finais de semana e feriados custa R$ 40. O parque não abre às segundas, e algumas pousadas da região também não recebem hóspedes neste dia, então se programe. O carrinho custa mais R$ 20. E a meia-entrada vale para o parque, não para o carrinho. Meu conselho? Compre tudo pela internet e só retire no local. A fila será muito menor.

Pode fotografar? SIM! Mas quando eu estive lá não era permitido, Por isso, já peço desculpas pelas imagens internas roubadas (crianças, não façam isso em casa).

 

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