Machu Picchu, ou a velha montanha, foi descoberta em 1911. E, sim, está deteriorada. Por isso, vá logo para lá. Não vou entrar nos detalhes de “as ruínas são bla bla blá” (o guia vai te explicar tudo isso, até a parte de que o primeiro guia turístico dali foi uma criança). Vamos ao que é importante para chegar lá.
- Recomendo a compra antecipada dos ingressos do parque e dos trens. Vai sair mais caro, mas garante que a programação da viagem saia do jeitinho planejado. Como hoje é possível comprar Marte pela internet, fica a dica do site dos ingressos e do trem (duas empresas fazem a viagem, mas a Peru Rail tem mais horários. Confesso que achei o trem da Inca Rail meio Kombi nos trilhos, mas não posso criticar com conhecimento de causa — até porque consegui um preço camarada no trem de luxo, o Vistadome). Aliás, a Peru Rail tem basicamente dois tipos de trem: o Vistadome (mais caro e pouca coisa mais confortável, janelões maiores e poltronas mais fofinhas, lanche mais caprichado e show bizarro), e o Expedition (mais simples, mas também é bem confortável).
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Mapi, como chamam Machu Picchu, fica em Aguas Calientes (ou Machu Picchu Pueblo), um povoado
xexelentobem simples à beira do rio Urubamba (aliás, o trem beira o rio o tempo todo). A cidade tem apenas hostels, restaurantes e uma grande feira de artesanato. É possível reservar o hostel em Cusco (as agências são parceiras e até mesmo donas de muitos albergues). Mas prepare o bolso: ficar lá é CARO (paguei o mesmo que o meu hotel fofo em Cusco). E deixe a frescura no trem: como os hospedes dormem apenas uma noite — e poucas horas, já que sobem ainda na madrugada para Mapi — a roupa de cama não é trocada. Contente-se com o chuveiro quente. O café da manhã também é sofrível — sem CAFÉ, veja bem.
— Aguas Calientes é um povoado caro, bem caro. E as coisas em Mapi são mais caras ainda. Por isso, leve tudo de Cusco: água, bolachas, salgadinho (na verdade, aquela banana-salgadinho é bem gostosa). E não compre qualquer água (só bebi água da Coca-Cola, depois que passei bem mal com uma garrafa genérica). A boa notícia é que hostels e restaurantes em Aguas Calientes tem wi-fi.
— As primeiras vans saem de Aguas Calientes a partir das 5h30, e acredite: existe uma fila gigantesca para embarcar. O ideal é comprar o passe de ida e volta da lotação no dia anterior (já adianto que o preço é salgado, mas é surreal subir até lá caminhando. Descer todo santo ajuda).
— A fila para entrar em Mapi no início da manhã é surreal. Curta o visual de Em Busca do Vale Encantado da região e desencane.
— Existem trens que saem de Poroy (ao lado de Cusco) de manhã, e chegam em Aguas Calientes pelas 10h da manhã. Isso significa que uma leva monstruosa de turistas chega nas ruínas nesse horário. Para ver a cidade de forma mais tranquila, chegar bem cedo é ideal.
— Quando o passeio é contratado nas agências em Cusco, o guia está no pacote. Mas não se preocupe: existem vários guias frilas em Mapi. Não vale a pena fazer a visita sem guia. Deixe de ser pão duro e pague!
— Não subi Wayna Picchu, mas a montanha fica aberta em dois horários pela manhã. Para subi-la, não há como escapar da pernoite em Aguas Calientes.
— Existem muitas trilhas para serem feitas fora as duas montanhas. E se não quiser ou não tiver pique para subir Machu Picchu (a montanha, não a cidade) ou Wayna Picchu, não se preocupe: a foto incrível que todo mundo tem é tirada de dentro da cidade, sem subir qualquer trilha absurda. E leve o seu passaporte: na saída, existem carimbos disponíveis para fazer uma graça.
— A vista da cidade é a coisa mais incrível do planeta. Diz a lenda que o nascer do sol também. Até tentei, mas a neblina não ajudou. Aliás, a visita é recomendada entre maio e novembro. Na época de chuvas, é impossível visitar Mapi (quer dizer, é possível, mas nada recomendável).
— E não se preocupe se não falar espanhol. Todo mundo se entende em Machu Picchu Pueblo.
http://www.youtube.com/watch?v=wfRccVwySdQ