A Chapada Diamantina é um destino tão incrível que pode ser visitado o ano todo. Para quem está escolhendo quando ir para a região, o período mais seco, entre abril e outubro, oferece condições ideais para os passeios, enquanto a estação de chuvas, de novembro a março, tem rios e cachoeiras mais cheias e deslumbrantes (e uma certa dificuldade para fazer trilhas na lama). Para quem quer fazer a Trilha do Pati, o meio do ano é a época ideal.
Após o período chuvoso, a Chapada Diamantina se cobre de verde, é a coisa mais linda! Entre maio e setembro, o clima é predominantemente seco — há menos chuvas, embora possam ocorrer pancadas esporádicas. Estive lá no começo de abril, e foi possível aproveitar bem! Pegamos quase nada de chuva, as cachoeiras estavam relativamente cheias e só tivemos um pouco de dificuldade para fazer a trilha na volta do Pantanal Marimbus (que é feita em mata fechada).
O que vai determinar quando ir para a Chapada Diamantina e quantos dias ficar é o seu roteiro: o que você quer fazer por lá? Não se esqueça também do fenômeno do feixe de luz nas grutas, que ocorre em alguns meses específicos e requer certo planejamento.
Para quem pretende fazer o trekking pelo Vale do Pati, o inverno pode ser a melhor opção. O clima mais ameno e a ausência de chuvas facilitam as trilhas de mais de 25 km por dia e deixam a travessia de rios mais tranquila (apesar de prejudicar o visual das cachoeiras com a redução do volume de água).
Se você não vai fazer a trilha pelo Vale do Pati, a escolha de quando ir para a Chapada Diamantina vai depender das atrações que você quer visitar. A Cachoeira da Fumaça, por exemplo, vale mais a pena no período em que chove; os poços têm datas e horários específicos em que os raios de sol entram nas grutas.
Nos meses de férias escolares e nos feriados, as hospedagens (e os passeios) ficam mais caros, já que a região fica cheia de turistas. Leve isso em consideração no seu planejamento. Se você ainda têm dúvidas sobre quando ir para a Chapada Diamantina e puder escolher qualquer data no ano, recomendo junho: os festejos juninos são famosíssimos na região!
Chapada Diamantina: quando ir e quantos dias ficar?
Minha recomendação é de ficar na Chapada Diamantina pelo menos entre cinco a sete dias (no mínimo). Leve em consideração de que o dia de chegada e o de partida são quase perdidos –os passeios costumam começar bem cedo, e dependendo de como você sairá da Chapada Diamantina, a manhã é só para check-out da hospedagem e no máximo um tempinho para almoço.
Para quem vai fazer o Vale do Pati, há pacotes com três, cinco e sete dias (com pernoite dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina), nas casas de pessoas que moram lá dentro (chamam de nativos, mas detesto essa forma de identificá-los). Lembre-se de que tudo o que entra no Vale do Pati e é consumidos nestas casas é levado quase de forma artesanal (no lombo do cavalo) e, por isso, vale o preço mais salgado.
Para quem não vai entrar no Pati e pretende passear pelas atrações da região, vale a boa e velha lição de casa sobre os atrativos que você quer visitar para avaliar quantos dias ficas. Lembre-se de que os passeios são diários, feitos em uma espécie de “pacotinho” por pessoa e já são pré-definidos pelas agências –aliás, recomendo vivamente que você faça o passeio com agências, e não por conta própria.
Por que não fazer os passeios de carro, por conta? Para evitar gasto desnecessário, tempo perdido e ter o apoio do(s) guia(s). Explico: para visitar os lugares, percorre-se longas distâncias (são viagens de, no mínimo, 1h). Os motoristas da região já conhecem os caminhos; você não gasta com combustível (que é caríssimo naquela região); você não dirige pela BR-242, onde caminhões carregados viajam em comboios difíceis de serem ultrapassados; os almoços costumam estar incluídos nos passeios; os guias sabem os melhores horários para evitar grandes grupos nas atrações; em grupo, o valor do passeio é mais em conta; os guias podem ajudar se você tiver algum problema de torção de pé/joelho/tornozelo/queda na lama/desidratação/alergia e por aí vai. Te convenci a não circular por ali sozinho?
Poço Azul e Poço Encantado, na Chapada Diamantina: quando ir?
Duas das atrações mais legais da Chapada Diamantina, tanto o Poço Azul e quanto Poço Encantado ficam em propriedades privadas, em cidades diferentes (próximas, mas diferentes). O Poço Azul fica em Nova Redenção, a cerca de 85km de Lençóis; o Poço Encantado fica em Itaetê, a 141km de Lençóis.
Ambos possuem entrada paga (R$ 30 quando estive lá). Paguei, em abril de 2023, cerca de R$ 300 pelo passeio aos dois lugares (combustível, entradas, almoço à vontade sem bebidas, guias, van com ar condicionado, explicações sobre os lugares e a agência ainda me emprestou um cajado para trilhas). Se for possível, evite visitar os dois lugares aos finais de semana, quando o movimento é maior (assim você pode curtir melhor o passeio, especialmente a flutuação).
Quando ir ao Poço Azul: os raios de sol entram na gruta entre fevereiro e outubro, das 12h30 às 14h. O mais legal é que é possível entrar nas águas cristalinas do Poço Azul para flutuação (não seja aquela pessoa que fica batendo as pernas e atrapalhando os colegas a ver o fundo da gruta). Aliás, foi nela em que paleontólogos encontraram uma preguiça gigante! Os passeios com guia costumam fazer a parada do almoço ali (o restaurante é bem gostoso).
Quanto ir ao Poço Encantado: os raios de sol entram na gruta entre abril e setembro (no começo de abril, confesso que só uma manchinha sem vergonha de sol –mas ainda assim foi lindo, juro!). Lá não pode fazer flutuação, e prepare as pernas para descer até a gruta, já que tem uma escada longa, e você faz o trajeto todo com capacete!
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